sexta-feira, 24 de abril de 2009

Do milho e da pipoca

Parece que em Setembro de 2005 (como rolam os anos) andei a pesquisar na internet, e sem sucesso, sendo obrigado a ver as fontes, um artigo da Anabela Fino intitulado «O Milho e a Pipoca», publicado no Avante! em Março de 2002. Na altura marcou-me tanto que o venho sempre referindo quando apropriado, a maior parte das vezes quando estou a fazer concursos de «Aposto que não consegues enfiar a broa inteira na boca!» (e quando digo «estou a fazer concursos», quero dizer que é exactamente nesse momento, o que, por um lado, dificulta a tarefa e, por outro, faz com que o concurso na verdade se devesse chamar «Aposto que não consegues enfiar a broa inteira na boca enquanto referes um artigo que te tenha marcado!»).

Hoje, novamente, o artigo veio-me à memória (mesmo sem a broa). Pesquisa rápida na internet e lá me apareceu o artigo. Todo? Não, só o que eu escrevi em Setembro de 2005.
«[…] Comparando os homens com o milho, pretende que os primeiros só se transformarão no "que devem ser" quando, a exemplo do milho, passarem a prova do fogo que o transforma "em pipoca macia". […] Por outro lado, os que, "por mais que o fogo aqueça", se "recusam a mudar", são como "piruá", o milho de pipoca que fica no fundo da panela sem estourar, um triste destino a fazer fé na parábola, porque "não se vão transformar na flor branca e macia" e "não vão dar alegria para ninguém". […]
Ao contrário do que alguns pretendem, o milho não serve exclusiva nem principalmente para fazer pipocas: serve sobretudo para fazer farinha e pão que matam a fome a milhões de pessoas. As pipocas, pelo contrário, não passam de um aperitivo, engraçado mas irrelevante quando se trata de dar de comer a quem tem fome. […] Há […] engraçados e tão barulhentos que parecem milho a estalar na metamorfose para pipoca, mas quando se lhe mete o dente sabem sempre a pouco e nem é preciso muito, tal como as pipocas, para se ficar enjoado.»
Serve esta citação para dizer que estou satisfeito com isto. É milho, sim!

1 comentário:

couve-flor. disse...

somos: barco mar
peixes MILHO trigo pão banana madeira fumo carne soja café algodão usina
garapa mel cana arroz feijão adubo lavoura suor terra arado braço mão
horário trabalho fadiga fábrica apito carvão ferro concreto viga massa
tijolo casa chão livro escola médico carbono caneta papel sonho verbo pronome
terno valsa diploma anel rio açude represa boca fome gemido desejo salário
mesa prato panela fogo perigo espera fé ansiedade lembrança saudade dor corpo
sexo amante cama cio vida amor.

:D

espero bem que te derretas, palerma que reafirma constantemente que me saem anormalidades da boca!
je t'aime, nutella!