Saiu ontem o primeiro número do i. Não o comprei mas alguém fez o favor de me permitir a sua leitura. Teve o condão de conseguir, na sua primeira leitura, ser simultaneamente a última. Merece, pois, um louvor!
Primeiro, o artigo de capa: Sindicatos, patrões e governo: todos querem menos imigrantes. «O tema é delicado», afirma-se logo na capa. Por isso Bruno Faria Lopes, Luís Reis Ribeiro e Inês Cardoso escolhem cuidadosamente as pessoas com quem falam.
Afirmam logo no início do artigo: «o governo quer limitar de forma significativa a entrada de imigrantes no país, uma posição defendida por uma das maiores confederações sindicais, a UGT, e as associações patronais portuguesas». Pôr a UGT como uma das maiores confederações sindicais é tão verdade como dizer que a UGT é uma das mais pequenas confederações sindicais, mas, sobretudo, não se mentiria se se dissesse que é a mais pequena confederação sindical das duas existentes em Portugal.
Mas piora depois. Afirma-se mais à frente: «O governo aguarda agora os contributos dos parceiros sociais [...]. Do lado dos parceiros — com excepção da CGTP — não haverá entraves.» É útil saber que a maior confederação sindical coloca entraves mas a capa ser Sindicatos, patrões e governo: todos querem menos imigrantes. Não é fácil mas, pelos vistos, possível. E, galo, mais à frente até faz referência à subscrição por parte de Carvalho da Silva de uma carta aberta exigindo «regularização de todos os imigrantes ilegais no país».
E se se falou de Nuno Melo noutro dia, dando-lhe o devido destaque neste espaço, também o i dá o seu. Refere-o por três vezes ao longo do jornal, sobre os novos cartazes, sobre o BPN e sobre televisão. Mas é a referência à televisão a mais interessante. Sobre o Corredor do Poder diz José Couto Nogueira: «Talvez por causa do cenário gritante, os cinco comentadores ficam a gritar no corredor, e parecem mais sectários do que é habitual neste género. Nem mesmo Nuno Melo, tão urbano, consegue acalmar as hostes.» Palavras para quê?
Martim Avillez Figueiredo afirma no editorial: «Há uma paixão imensa pela informação e uma equipa preparada para suar.» As paixões são assim, arrebatadoras mas de muito curta duração...
"Minha mãe chamou-me Rosa"
Há 2 anos
2 comentários:
«O "i", nome registado para o título, dirige-se à classe alta, "um público que olha para a informação com rigor e exigência".», escreve o Público on-line.
Afinal não é preciso pegar no i para saber que não vale de todo a pena lê-lo.
tás a deixar de lado a grande central sindical dos sindicatos do cds pá. A USI: http://www.usi.pt/.
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