Do fim-de-semana passado que passei...

Neste fim-de-semana de três dias, três destaques. No entanto, tendo em conta a dimensão de pelo menos um deles, vão em postes (ou artigos) separados.

1.º — A grande manifestação do 1.º de Maio. Foi de facto uma grande jornada de luta, que encheu ruas, praças, largos, avenidas e alamedas de todo o país. E esse é o grande facto político da última sexta-feira — dezenas de manifestações, concentrações e variadas iniciativas (como as já tradicionais corridas e outros torneios desportivos, concertos, etc.) por todo o país, exigindo uma nova política favorável às forças do trabalho. Com particular destaque, pela sua dimensão, o desfile da CGTP em Lisboa.
Mas como se tentou criar um outro facto político, que, ao invés de envolver os largos milhares de portugueses que andaram pelas ruas, quis envolver apenas Vital Moreira, seus companheiros de marcha e meia, dúzia ou dúzia e meia de pessoas na concentração da CGTP, dedicaremos também a isso umas palavras. A primeira sobre o sentido democrático que VM refere aqui: na verdade, dificilmente poderia concordar mais. Há pessoas com pouco sentido democrático. Ainda assim, VM não teve problema nenhum de marchar com pessoas assim, como Carlos Trindade, aquele que se queixa por ouvir dizer o que se pensa. A segunda sobre a premeditação do acto, que parece evidente. Ninguém me conseguirá convencer que VM não foi para lá a pensar na Marinha Grande de Soares, da campanha eleitoral para as presidenciais de 1986. A terceira sobre os murros e pontapés, que, se houvesse Comissão Disciplinar da Liga, certamente VM seria suspenso por um jogo, já que dá ideia que ele apenas tentou enganar o árbitro, simulando os murros e os pontapés dos adversários. A quarta sobre os agressores, que, pleno de honestidade, só consegui identificar um, que vai andando por aí, e que, segundo creio, continua membro do BE (o que não significa nada além de ter estado lá). A quinta sobre o pedido de desculpas, que, como o PCP afirma, «o que se pode exigir é que o PS peça publicamente desculpas ao PCP pelas declarações ofensivas que lhe dirigiu».

PS: Ligar as duas figuras não é propriamente novo e os nomes Vital e Vidal têm a sua evidente semelhança. Mas bem mais curiosa é a letra desta canção.