segunda-feira, 8 de junho de 2009

Da noite eleitoral

Grandes lições desta noite.

Primeira, o resultado da CDU. Aumenta 70 mil o número de votantes, aumenta a percentagem, fica a pouco mais de 2500 votos do 3.º deputado. Também impressionante ganhar Beja, Évora e Setúbal.

Importa realçar que a alternativa à política actual, que tem sido a actuante nos últimos 33 anos, está no reforço da CDU. Por isso mesmo, pode concluir-se que essa alternativa ganha força, como ficou demonstrado pela marcha do passado dia 23 de Maio e pelo seu resultado desta noite.

Conclusivo é o resultado do PS. Pouco acima dos 25% é um resultado miserável para a força absolutamente maioritária na Assembleia da República. Em 2004, e com um resultado melhor, Durão Barroso saiu de primeiro-ministro e foram convocadas, poucos meses depois, novas eleições. Claro que a diferença reside também no facto de o resultado do PSD não ser, como tentaram fazer crer, extraordinário, correspondendo praticamente à força que tem na Assembleia da República.

Menos conclusivo, mas com espaço para muita reflexão, é o resultado do BE. Podia perguntar-se, mas não se vai, se o facto de terem 3 deputados é para triplicar o pouco trabalho feito no Parlamento Europeu. De reter é a deslocação de votos do PS para o BE (que parece lógica), o que significa uma alteração da base de apoio do BE, como se tem notado também pelo abandono de alguma radicalização do discurso; aliás, uma das frases da noite é esta: «O Bloco, disse Louçã, está "pronto para assumir as suas responsabilidades".» Venha daí essa coligação!

Ah, uma última nota só. Importa referir que este resultado da CDU continua a ser surpreendente à luz do definhamento irreversível apontado e exaustivamente repetido durante os últimos vinte anos. E ainda: a CDU é uma força da juventude, como biologicamente se conclui (caso contrário, como explicar que continue a crescer se as pessoas mais velhas vão morrendo?!).

1 comentário:

Anónimo disse...

A primeira conclusão a nível europeu é a vitória da direita.

A primeira conclusão a nível nacional, depois da derrota do ps, é que Portugal foi único país a eleger tantos deputados de extrema esquerda.