Terça-feira e sábado: feira da ladra. Abre às cinco da madrugada? Não, pelo menos não das vezes que por lá passei a essa hora. Às cinco da madrugada, o homem que vende azulejos ainda deve andar com um cinzel pelos velhos palácios, estações de comboio e outros espaços públicos; o homem das estranhas molduras e retratos deve estar a calcular o seu percurso por velórios e cemitérios; as bonecas antigas retocam a sua maquilhagem, alisam ou frisam os cabelos, conforme os gostos dos compradores; os ténis usados, de tão usados, mal se deslocam mas não deixam de espalhar o seu peculiar odor; a cena retro dos discos de vinil, que tantos gostam de comprar pela capa mais estridente, a condizer com o som riscado que deles sai...
A feira da ladra é uma mistura de cheiros, cores, pessoas, um verdadeiro caldo cultural.
Não, desculpem, isto é outro sítio qualquer que não a feira da ladra. A feira da ladra é o inverso: monocromia, monotonia, monodoria, monocultura. Um mono tão grande que faz com que a feira da ladra seja, a par das pombas que ainda há, um dos mistérios de Lisboa.
O melhor de ir passear na feira da ladra é poder correr na chegada a casa para beber água.
A feira da ladra é uma mistura de cheiros, cores, pessoas, um verdadeiro caldo cultural.
Não, desculpem, isto é outro sítio qualquer que não a feira da ladra. A feira da ladra é o inverso: monocromia, monotonia, monodoria, monocultura. Um mono tão grande que faz com que a feira da ladra seja, a par das pombas que ainda há, um dos mistérios de Lisboa.
O melhor de ir passear na feira da ladra é poder correr na chegada a casa para beber água.
1 comentário:
ah, então vives...
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