quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Das evidências

Quem ontem viu o debate com os primeiros candidatos à Câmara Municipal de Lisboa viu certamente várias evidências.

Eu, que vi o debate acompanhado pelo Pessoa, fisicamente, e pela Ana . G, por mensagens escritas e por telepatia («silêncio calma»), vi isto tudo:

— O Chuck, que começava na 2, quando o Bruno Sousa, candidato do PTP (que, como me dizia um companheiro, mete o PPDPP a um canto), começou a falar;
— A dificuldade em nutrir o mínimo de respeito e simpatia pelo MMS (desculpem-me, pelas caixas de camarão-tigre), cujo pouco conteúdo se resume na fórmula «não nos dão tempo de antena por isso não podemos falar às pessoas e como não conseguimos falar às pessoas não estamos de acordo com a censura e por isso como não estamos de acordo vamos embora e ainda assim consegui dizer esta ideia tão simples (até há afamados teóricos que lhe chamam fórmula) numa frase muito longa só para parecer que na verdade tenho alguma coisa para dizer» (para se perceber melhor o que quero dizer com isto, ao PNR reconhece-se uma linha de pensamento clara);
— A facilidade que os leitores da xis têm para gostar do MEP;
— A falta de coerência ou capacidade para fazer ligação de umas coisas a outras (por exemplo, a ideia peregrina, defendida por vários candidatos, de pôr as cargas e descargas à noite para melhorar a cidade, não pensando nos custos que isso teria para as piquenas e médias empresas, que até há duas semanas eram tão centrais nas políticas a desenvolver);
— Pegando também nesta ideia, o medo (ou nojo?) que mete falar de cidade como espaço de trabalho, particularmente industrial;
— O conhecimento, claramente demonstrado e pelos outros reconhecido, da cidade, dos bairros, dos espaços, das pessoas, da administração da Câmara, de Lisboa, que a candidatura da CDU tem. E isto foi mesmo o mais impressionante!

Dir-me-eis: «ah, mas eu nem voto em Lisboa». Não vos aflijais! Como ontem foi dito e relembrado, os eleitos da CDU distinguem-se pela sua honestidade e competência, capacidade de dedicação e trabalho. E isto vale em Lisboa como vale na minha Sé Nova, no concelho de Coimbra.


Vejamos mais, pois! Mais CDU nas autarquias!

3 comentários:

Taira Kiyomori disse...

Várias coisas:
1 - O senhor do MEP que como tão bem referiste agrada aos leitores da xis (donde e que eu conheço esta frase) é um óptimo guru daqueles que gosta de yoga e velas aromáticas e cita hannah arendt, de gestão autárquica ou das mais simples decisões políticas percebe tanto como eu do mercado cambial na Serra Leoa.
2 - Subscrevo tudo o que foi dito pelo mui ilustre Rui Mota e queria reforçar que o Ruben de Carvalho, candidato da Cdu, foi solicitado por várias vezes, pelas outras forças políticas, como o garante da imparcialidade da seriedade, era no fundo o ponto tanto d ePedro Santana Lopes, usado como "O Ruben sabe, o ruben não me deixe mentir, oh Ruben diga-me lá os números distos", foi um momento alto do debate, (embora também tristemente revelador da competência de um dos intrevenientes) o seguinte diálogo:
Santana Lopes: "Mas diga lá Dr. António Costa recuperou prédios mas quantos fogos vendeu?É que eu vendi 20 mil diga lá quantos vendeu..."

António Costa: (tenta responder ao lado e perante a insistência do Santana diz): "Não sei agora de cor , o Ruben sabe ele estava lá..."

Santana Lopes: "Mas agora está a pedir ajuda ao candidato do PCP para saber quantos fogos voce vendeu??"

Ideias a reter do próprio António Cossta "O Ruben sabe" "O ruben sabe" se é o actual presidente que o diz quem sou eu para duvidar?

Taira Kiyomori disse...

Agora com correcções

Várias coisas:
1 - O senhor do MEP que como tão bem referiste agrada aos leitores da xis (donde e que eu conheço esta frase) é um óptimo guru daqueles que gosta de yoga e velas aromáticas e cita hannah arendt, de gestão autárquica ou das mais simples decisões políticas percebe tanto como eu do mercado cambial na Serra Leoa.
2 - Subscrevo tudo o que foi dito pelo mui ilustre Rui Mota e queria reforçar que o Ruben de Carvalho, candidato da Cdu, foi solicitado por várias vezes, pelas outras forças políticas, como o garante da imparcialidade, da seriedade, era no fundo o ponto tanto de Pedro Santana Lopes como de António Costa, usado como "O Ruben sabe, o ruben não me deixa mentir, oh Ruben diga-me lá os números disto", foi um momento alto do debate, (embora também tristemente revelador da competência de um dos intrevenientes) o seguinte diálogo:
Santana Lopes: "Mas diga lá Dr. António Costa recuperou prédios mas quantos fogos vendeu?É que eu vendi 20 mil diga lá quantos vendeu..."

António Costa: (tenta responder ao lado e perante a insistência do Santana diz): "Não sei agora de cor , o Ruben sabe ele estava lá..."

Santana Lopes: "Mas agora está a pedir ajuda ao candidato do PCP para saber quantos fogos voce vendeu??"

Ideias a reter do próprio António Cossta "O Ruben sabe", "O Ruben estava lá" se é o actual presidente que o diz quem sou eu para duvidar?

Ana Martins disse...

Com grande pena minha não vi o debate. Mas quero acrescentar uma questão às tuas considerações.

Poderia assegurar que as mesmas pessoas que defendem as cargas e descargas nocturnas também defendem o grande valor da família como núcleo básico da construção da sociedade. Eu também! E é precisamente e talvez sobretudo por isso (além da carga de custos para as PMEs) que acho que as pessoas de um agregado familiar têm direito a ter os horários mais compatíveis que seja possível. Isto já sem pensar no nosso desenho biológico como animais diurnos que nos faz viver mal fisicamente quando agimos como nocturnos.

Bem gostava de saber o que diriam essas pessoas e respectivos conjuges e filhos (família enfim) se de repente os mandassem fazer o despacho camarário às 3 da madrugada! O trânsito capitalino agradeceria muito! Podiamos mesmo trabalhar todos por turnos para diminuir o tráfego citadino! Era boa ideia não era?