quinta-feira, 4 de março de 2010

Moralismos...

«será que, nos últimos dez ou mesmo quinze anos, houve em Portugal, tirando as greves dos Professores, dos Enfermeiros, dos Médicos, dos Pilotos da TAP, dos Funcionários Públicos, dos Motoristas da CARRIS, ou dos Transportadores Rodoviários, alguma greve ou luta laboral relevante, contra um empregador privado, nacional ou multi-nacional, que me tenha escapado?»

A questão é colocada por Marcelo do Souto Alves, comentando um particularmente delicioso e ressabiado poste de João Galamba. Neste dia, em que a Administração Pública volta à greve, elevando a sua luta a novos patamares, e contando com a combativa participação de João Proença, secretário-geral da UGT (a luta trava-se em todo o lado, e João Proença, demonstrando a sua capaz liderança e inegável coragem, confronta o patrão face to face em território neutro — e atenção que com patrão aqui nem estava a querer fazer o trocadilho com o facto de ele ser a voz do dono, juro!), neste dia, dizia, destacamos as lutas no sector privado.

É claro que não têm a mesma dimensão que as lutas acima referidos, a começar pelo facto de não haver empregadores como o Estado. É mesmo muita gente. No entanto, e indo buscar conclusões do Encontro Nacional de Jovens Trabalhadores da JCP (aqui, no Avante!, já que noutros sítios não se encontra esta informação, apesar da dimensão da iniciativa e da presença do secretário-geral do PCP — devem ser as limitações à liberdade de expressão) realizado no passado dia 20 de Fevereiro, no Seixal, vemos que, tal como a terra, ela, a luta, se move. Certamente, já faltou mais para se alterar o eixo da terra!

«No Encontro, foram ainda valorizadas as lutas que se têm travado nos últimos meses, nomeadamente da função pública, dos enfermeiros, dos trabalhadores da JP Sacouto, da Rhode, da Lear, da Autoeuropa e da Delphi, da Covina/Saint Gobain, da CP Revisão, da CP-Carga, da EMEF, da Califa, da Jadoibérica, da Império Pneus, da Auto Sueco, da Euroresinas, da Aerosoles, do SMTUC e da IFM-Platex, bem como as acções da CGTP-IN/Interjovem contra a precariedade e contra o aumento da jornada de trabalho.» (E atenção, nem são os últimos dez ou quinze anos, são os últimos meses!)

1 comentário:

Diogo Vasconcelos disse...

da Udifar2, da somincor, da alisuper...