O Caetano Veloso é tão grande que consegue dar um concerto em que toca aquelas que são as maiores batidelas para pessoas diferentes. E por isso consegue fazer um alinhamento altamente heterogêneo, incluindo músicas do muito interessante Zii e Zie e do Cê, mas também músicas do Caetano Veloso (Oi? Qual deles? O da capa branca, só com a assinatura, e o outro com muito mau aspecto...) como Irene, Maria Bethânia e Não Identificado. A heterogeneidade tem destas coisas... estas em particular fizeram o deleite de alguns ao mesmo tempo que outros gritavam desesperados SOZINHO!
E essa é outra razão da grandeza. Não tocou a Sozinho mas foi buscar a Tieta. Sim, e isso também é muito bom, porque é mesmo assim... heterogêneo.
Como entra o Chico Buarque nesta história? Bom, o Chico Buarque é tão grande que uma pessoa passa o concerto do Caetano a falar do à vontade com que o Caetano está, e de como o Chico parece fazer frete nos concertos. Interessantemente, quem parecia estar a fazer frete no concerto do Caetano era o público. Sobretudo o da plateia, não os pobres das galerias. Quase parece que ofereceram bilhetes àquela gente toda e que, vá, pronto, eu vou lá ver... O entusiasmo era assustador. Quando o pobre do Caetano tentou caetanear o que há de bom, tentando que o público cantasse a Irene, ele próprio deve ter percebido no fim do mundo onde se meteu... Pelo menos em Aveiro ainda pedem para tirar foto.
Um belo concerto, vero, vero, ainda que já sem a megaespectacularidade da época dos Doces Bárbaros (é mais fácil fazer figuras quando se fazem em grupo... É a dinâmica «Eu vou se tu fores!»):
— Eu vi que você tava com cara de quem não ia cantar...
— Tava esquecido! Quando me lembrei já foi em cima da hora... Ah!, meu Deus! Ah!
Deve ser da pandemia, parte 1.
Há 3 anos
Sem comentários:
Enviar um comentário